sábado, 30 de setembro de 2017

Você é capaz de corrigir sem ofender e orientar sem humilhar?

 

Mario Sergio Cortella
O que é uma pessoa honrada? Aquela que, entre outras coisas, tem a percepção da piedade, aquilo que precisa ser resguardado na convivência. Uma pessoa autêntica tem a autenticidade grudada à piedade. Eu não posso, em nome da minha autenticidade, dizer tudo o que penso. Eu não posso, em nome da minha autenticidade, desqualificar apenas porque quero ser transparente. Ser autêntico não significa ser transparente de maneiro contínua.
Ser transparente para si mesmo? Sem dúvida, mas dizer tudo o que pensa numa convivência é ofensivo. O exemplo do menino de 5,6 anos de idade que traz o presente clássico do Dia dos Pais feito pelas próprias mãos. Chega da escola com aquelas coisas “horrorosas”, feitas com casca de ovo, palito de sorvete, que chegam a cheirar mal. “Pai, tá bonito?” É óbvio que o pai dirá que está maravilhoso naquela circunstância. A ideia do elogio ou do não elogio tem de ser circunstancializada.
Uma pessoa autêntica não aquela que é o tempo todo transparente. Se ela não tiver percepção de circunstância, ela se torna inconveniente. “Mas é assim que eu penso”. O fato de pensar assim não exime a pessoa de ser moderada. Isso não a leva a perder a autenticidade, apenas a resguardar a expressão de modo como é. Porque, como eu sou com os outros, tenho de ser de fato o que sou, mas não posso desconsiderar que outros existem. É preciso cautela, em nome da autenticidade, para não ser ofensivo. Nem descambar para o terreno da crueldade. Por exemplo, a criança chega com o presente e o pai diz: “Não está, não. Você devia ter feito uma coisa bonita”. Ora, na condição daquela criança, ela fez algo belíssimo. E é belo porque ela fez no melhor da sua condição.Não é a mesma circunstância de um pai ou de uma mãe que percebem que a criança fez algo com desleixo. Nesse caso, não deve elogiar por elogiar, porque isso deseduca. Se um filho ou uma filha traz um desenho que pode ser precário, mas que, naquela circunstância, naquela idade, naquele modo, é o melhor que a criança poderia fazer, é preciso elogiar em alto estilo. É sinal de afeto imenso. Mas, se o desenho apresentado é resultado de um desleixo, não se deve elogiar. Eu posso dizer a clássica fase de que educa: “Você é capaz de fazer melhor do que isso que está me mostrando”. Isso é educação. O que é crueldade? Dizer: “Isso é péssimo”. Quem educa precisa corrigir sem ofender, orientar sem humilhar. Precisa conviver com essa virtude, que é a piedade.
Trecho do Livro: Educação, Convivência e Ética: Audácia e Esperança -De Mário Sérgio Cortella. Páginas 67/69. Cortez Editora, São Paulo- SP.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Como alcançar a felicidade (segundo Bertrand Russell)
23, setembro 2017 em Emoções

Certamente existem diferentes abordagens e conselhos a respeito de como alcançar a felicidade. Estas são as reflexões propostas por Bertrand Russell.
Bertrand Russell era um filósofo, matemático e escritor inglês que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1950. No início, não parecia que alguém como ele tivesse algum segredo ou pudesse nos dizer como alcançar a felicidade. Na verdade, grande parte de sua vida se passou entre a desilusão e o tédio. No entanto, e talvez precisamente por isso, ele conseguiu transformar sua vida e aprendeu a ser feliz.
Este polêmico pensador teve a desgraça de perder seus pais quando tinha apenas 6 anos de idade. Desde então, morava com seus avós, que lhe impuseram uma educação muito rigorosa. Desde muito jovem sentiu que a vida era quase insuportável e depois confessou que várias vezes pensou em se suicidar.
No entanto, Bertrand Russell encontrou no conhecimento um caminho para a totalidade. Filosofia e lógica permitiram que ele aprofundasse sua própria experiência. Conseguiu dar-lhe um alcance universal, elevar seu espírito e superar seu sofrimento. Estas são algumas das condições para ser feliz, de acordo com o filósofo.

Como alcançar a felicidade: o foco está no exterior

Para Bertrand Russell, fechar-se para o mundo só leva à tristeza e tédio. Se nos concentrarmos em nossos problemas, falhas, lacunas, medos, etc., só perderemos o entusiasmo pela vida. Isso coincide com as filosofias orientais e com a psicanálise lacaniana. Essas duas correntes sugerem que o “eu” é a fonte de sofrimento ou de doença.
Em contrapartida, se nos focamos em seus aspectos externos, a vida se torna mais simples. Esses aspectos externos compreendem muitas realidades. Conhecimento, outras pessoas, trabalho, passatempos, etc. Tudo isso torna a vida mais interessante e gratificante.
Bertrand Russell aponta que atitudes expansivas trazem alegria. Elas também são, em si mesmas, uma fonte de energia e motivação. E ainda fornecem elementos para ter mais força na solução de seus próprios problemas.

A maneira de cultivar a atitude expansiva
A atitude expansiva não nasce espontaneamente, mas é necessário cultivá-la. Para B. Russell, permanecer distraído nas atividades cotidianas é uma atitude que abre a porta para a felicidade. Não é para
afastar-se da introspecção ou da reflexão sobre si mesmo, porque isso levaria a uma vida banal. Mas seria uma questão de encontrar um equilíbrio particular que não teria nada a ver com colocar o ponto de apoio em um lugar equidistante dos extremos.
Nesse sentido, também é importante escolher o momento certo e o modo certo. Há um tempo para pensar sobre si mesmo e outro para se concentrar no externo. Pense nos seus próprios problemas apenas quando faz sentido fazê-lo; no resto do tempo, teríamos que voltar nossa atenção para o exterior.
O que Bertrand Russell propõe é o cultivo de uma mente ordenada. Se isso for alcançado, a mente sempre será mais clara e mais orientada para o presente. Quando você pensa sobre si mesmo, você deve fazê-lo com racionalidade e concentração máxima. Também teríamos que questionar nosso próprio raciocínio para determinar sua validade.

Duas virtudes para cultivar

A própria vida de Bertrand Russell demonstra algo que ele afirmou mais tarde: a felicidade é uma conquista. Não é dada por geração espontânea, nem vem de fora. A capacidade de ser feliz é precisamente isso: uma capacidade que deve ser trabalhada, cultivada e realizada. Para isso, é indispensável ter duas virtudes: esforço e resignação.
O esforço é para que direcione as energias para o trabalho que permite alcançar algo desejado. Isso implica determinação e perseverança também. Nada de realmente valioso é alcançado da noite para o dia. E ser feliz muito menos. Portanto, é importante cultivar esse atributo que permite reunir e direcionar os esforços para alcançar os objetivos.
Outra das virtudes indispensáveis ​​para conquistar a felicidade, diz Russell, é a resignação. Talvez seja mais preciso falar “aceitação”. A vida traz situações que são inevitáveis ​​e impossíveis de resolver. A morte, a doença incurável ou as perdas definitivas poderiam ser exemplos.
Embora certas situações não possam ser revertidas, o que podemos fazer é aumentar nossa capacidade de aceitá-las. Não perca tempo tentando resolvê-las ou deixando-as tirar nossa paz escrevendo-as em nossa história de uma maneira que não nos fará bem.
Bertrand Russell era um dos homens mais brilhantes de sua época. Seu pensamento continua em pleno vigor. Ele deixou de ser um menino órfão e triste que se sentia perdido no mundo para se tornar um dos mais importantes intelectuais do planeta. O melhor sustento para suas palavras foi sua própria vida e suas próprias realizações. Esperamos que tenha gostado de sua abordagem a respeito de como alcançar a felicidade.

A bondade, se não for acompanhada de uma ação, não serve de nada

10, abril 2017 em Emoções

A bondade é o autêntico símbolo de superioridade do ser humano; no 
entanto, se não estiver acompanhada por uma ação, não serve de nada. 
Todos nós conhecemos aquele tipo de pessoa que diz muito e faz pouco, que 
faz uso de nobres palavras e tem atos egoístas. Comecemos, então, a mudar 
o mundo, a traduzir em atos a autêntica nobreza do nosso coração.
Esta ideia que pode parecer óbvia denota um fato evidente: são muitos os que 
praticam um tipo de imobilidade onde basta para eles pensarem ser “boas pessoas” para satisfazer, assim, sua própria e contraditória satisfação. No entanto, são 
incapazes de ver necessidades próximas, fatos concretos que demandam 
da pessoa uma empatia elementar que não vemos tanto quanto gostaríamos.
“Se você quer mudar o mundo, mude a si mesmo.”

– Gandhi-
Alguém disse uma vez que, para acabar com a maldade, bastaria apenas 
que as pessoas boas agissem, fizessem algo. A bondade não é uma entidade
 vazia, não é um comprimido que uma pessoa toma para enobrecer seu coração 
e fazer uma doação para uma ONG, muito menos um título para se vangloriar.
A bondade não é algo que se escolhe, é algo que se sente e que 
impõe uma necessidade imperativa de agir, de dar resposta, de atender e 
amparar, apesar do resto do mundo não entender ou criticar este feito. 
bondade é, portanto, um autêntico ato heroico.
Propomos a você refletir sobre isso. 

As boas pessoas são feitas de outro tipo de material

Nós temos consciência de que este assunto pode gerar uma certa polêmica. Em 
primeiro lugar, muitos vão se perguntar o que entendemos por “boas pessoas”, o 
que as torna diferente das demais e por que costuma-se dizer que são heroínas anônimas, silenciosas, que não anunciam muito. Bom, é 
necessário esclarecer que, com a categorização de “boas”, não queremos dizer que o resto das pessoas sejam “más”. Não estamos estabelecendo 
nenhuma dicotomia.
A bondade é, antes de tudo, ausência de egocentrismo. Se isolarmos esta 
variável em nossa educação, teremos um perfil comportamental onde habitam 
dimensões como a empatia, a compaixão e o altruísmo. Entretanto, um traço 
excepcional deste tipo de personalidade é que elas são feitas de um 
material que ninguém vê. Basta se aprofundar na primeira camada de sua 
pele para descobrir que, sob ela, reluzem: são pessoas que antepõem as 
necessidades alheias às próprias.
Este último aspecto não é visto muito frequentemente. Nem todos priorizamos 
nossos semelhantes ao ponto de relativizar as próprias necessidades, e 
o fato de não fazê-lo ou não senti-lo não nos torna más pessoas. Simplesmente, 
este tipo de sacrifício ou de vontade assim tão altruísta é alheio a nós, estranho e até contraditório. Talvez, por essa razão, não entendemos o porquê de tanto 
voluntários colocarem suas vidas em risco para ajudar pessoas que estão longe.
De fato, às vezes também não entendemos aquela amiga, vizinha, 
companheiro de trabalho ou irmão que dá tudo pela comunidade sem esperar 
nada em troca. bondade, assim como o resto das motivações, nem sempre 
é entendida, e precisamente por essa incompreensão, poucas vezes
recebe o reconhecimento que merece.

Se você praticar a bondade, algo vai mudar em seu cérebro

Para praticar a autêntica bondade, não é necessário dar todos os nossos 
bens ao próximo. Também não é necessário viajar para a Índia ou ao Tibete, nem 
tomar partido em guerras que não são nossas para ajudar o oprimido ou o 
necessitado. A autêntica bondade começa ao nosso redor, nas coisas que 
acontecem no dia a dia diante de nós e que, frequentemente, não vemos.
“Nunca haverá grandeza onde faltam a bondade, o respeito, a humildade e a verdade.”

– León Tólstoi
Nenhum ato de bondade, por menor que seja, será uma perda de tempo. 
Basta dar o primeiro passo e agir que, pouco a pouco, nosso cérebro 
começará a experimentar pequenas, porém grandes mudanças. Tanto é assim 
que você vai ficar surpreso ao saber que atos como a generosidade e o altruísmo 
ativam, em nosso cérebro, os mesmos mecanismos neuronais que a empatia.
Ao fazer algo significativo pelo próximo recebemos de nosso cérebro uma
carga de endorfinas que reforçam, de alguma maneira, esse comportamento 
pró-social que dignifica nossa espécie. O ser humano tem como principal 
prioridade garantir sua sobrevivência, assim, a bondade acompanhada de ação, e 
não só de desejo, garante este princípio fundamental.
Por outro lado, algo que que nunca deveríamos negligenciar é transmitir aos
nossos filhos este tipo de enfoque vital. Jerome Kagan, psicólogo da 
Universidade de Harvard, demonstrou através de seus trabalhos que os bebês 
têm uma capacidade inata de se conectar de forma positiva com as pessoas 
que os carregam. As carícias emocionais favorecem e potencializam o amadurecimento de um cérebro infantil de uma forma simplesmente maravilhosa.
Sendo assim, se semearmos neles o valor da empatia, do respeito e do altruísmo, 
todos sairemos ganhando nesta era da modernidade e das novas tecnologias. 
É um grande desafio e um ato de grande responsabilidade no qual todos nós 
contamos, onde todos somos importantes. Porque se nossa espécie conseguiu 
evoluir até dar forma ao que chamamos de “humanidade”, agora só falta dar 
mais um passo para dar forma a uma autêntica consciência comum, a 
uma rede baseada no respeito mútuo, na compaixão e no valor do outro como 
parte de si mesmo.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O maravilhoso cérebro emocional das pessoas com alta sensibilidade (PAS)

Por Revista Pazes, janeiro 2017


Às vezes não é fácil. Em muitas situações é difícil se encaixar em um mundo com tantos altos e baixos, muito barulhento, egoísta e desonesto. Os sentidos das pessoas com alta sensibilidade, ou pessoas altamente sensíveis, (PAS) são tão vulneráveis ​​quanto privilegiados. Elas podem sentir o que os outros não sentem, e o fazem com tanta intensidade que o mundo é mostrado a eles com uma série de realidades que escapam aos outros.
O que realmente faz uma pessoa com alta sensibilidade ser dessa forma? Isso é genético? Por que elas sofrem mais do que os outros? Por que o amor é ao mesmo tempo tão intenso e tão doloroso em seus relacionamentos? Por que desfrutam da solidão e, ao mesmo tempo, se sentem profundamente sós, desde crianças?
Os resultados do trabalho realizado por seis pesquisadores foram publicados na revista “Brain and Behavior”. Trazemos aqui algumas informações. Temos certeza de que você irá se surpreender.

O cérebro emocional das pessoas com alta sensibilidade (PAS)

Estima-se que cerca de 20% da população possui as características básicas que definem uma alta sensibilidade. É comum que elas passem grande parte de suas vidas sem saber que pertencem a esse pequeno grupo de privilegiados e que, de alguma forma, têm que viver usando “óculos invisíveis” que os fazem ver o mundo de uma maneira diferente e com um coração mais aberto e vulnerável.
Estudos realizados na Universidade de Stony Brook revelaram que as pessoas com alta sensibilidade têm um cérebro emocional dotado de grande empatia. São cérebros totalmente orientados à “sociabilidade” e à união com os demais.
O que isto significa? O que os pesquisadores concluíram foi, basicamente, que os processos cerebrais dessas pessoas mostram um excesso de excitação nas áreas neurais relacionadas às emoções e à interação: elas são capazes de decifrar e intuir os sentimentos daqueles que estão à sua frente mas por sua vez, enfrentam um problema muito básico.
O resto do mundo não tem a mesma empatia, portanto, há um nítido desequilíbrio em relação à essa sensibilidade e a sensibilidade daqueles ao redor, e elas se veem como diferentes.
O resto do mundo não tem a mesma empatia, portanto, há um nítido desequilíbrio em relação à essa sensibilidade e a sensibilidade daqueles ao redor, e elas se veem como diferentes.
O resto do mundo não tem a mesma empatia, portanto, há um nítido desequilíbrio em relação à essa sensibilidade e a sensibilidade daqueles ao redor, e elas se veem como diferentes.
Para chegar a estas conclusões foram realizados diferentes testes, como exames de ressonância magnética que permitiram estudar os processos cerebrais das pessoas diagnosticadas como PAS e de outras não diagnosticadas. Para fazer isso, elas foram expostas a diferentes estímulos para verificar a atividade bioquímica e as diferentes estruturas que compõem a atividade cerebral.

Os resultados foram muito visíveis em dois aspectos:

Os neurônios espelho


Tenho certeza de que você já ouviu falar de neurônios espelho. Eles cumprem uma função social, sendo encontrados principalmente em seres humanos e primatas. Localizado no córtex frontal inferior do cérebro, perto da área da linguagem, eles estão relacionados, principalmente, à empatia e a nossa capacidade de capturar, processar e interpretar as emoções dos outros.
Em pessoas com alta sensibilidade, a atividade dos neurônios-espelho é contínua e muito notável, desde a infância.
Lobo da ínsula

A ínsula é uma estrutura pequena e alojada profundamente em nosso cérebro. É encontrada no córtex insular que, por sua vez, está relacionada com o sistema límbico, a estrutura base das nossas emoções que nos dá uma visão mais subjetiva e íntima da realidade.
Na verdade, os cientistas deste estudo chamam a ínsula de “sede da consciência”, que reúne grande parte dos nossos pensamentos, intuições, sentimentos e percepções de tudo o que experimentamos a cada momento. E não surpreende saber que, em pessoas com alta sensibilidade, essa estrutura “mágica” tem uma grande atividade em comparação com aquelas não caracterizadas com a alta sensibilidade.
O estudo também conclui que, além de serem mais sensíveis aos estímulos visuais associados a rostos e emoções humanas, elas também têm um limite mais baixo a muitos estímulos físicos, tais como luzes brilhantes ou sons altos, mesmo ativando as estruturas cerebrais relacionadas à dor. Algo curioso, sem dúvida.
As pessoas com alta sensibilidade têm um traço, uma maneira de sentir e compreender o mundo através de um sistema neurossensorial mais fino, nítido. E não é o que eles têm, é o que são. Por isso devem aprender a viver com o coração e com este dom maravilhoso, porque o sofrimento não é uma obrigação, mas uma opção que não vale a pena escolher.



Por que sentimos medo?
A necessidade de se proteger de possíveis ameaças, decepções, tristezas, rejeições, frustrações leva-nos a um mecanismo de defesa e não enfrentamento de situações que poderão gerar conflitos. O medo nos aprisiona, gerando bloqueios que dificultam ou mesmo impossibilitam o próprio crescimento pessoal. Podemos ter medo do sucesso, medo de sermos ou não admirados, medo de nos expandirmos intelectualmente ou mesmo espiritualmente, medo da solidão, de relacionamentos mais profundos, de vivenciarmos experiências profundas de amor, da perda, vivenciando situações de insegurança, de não sermos compreendidos ou mesmo abandonados. ... Poderemos desenvolver o medo como mecanismo de auto defesa contra possíveis situações de mudança, assim como situações nas quais não temos "controle".
Como nos libertar do medo? Primeiro identificando as causas que geram esse medo, que podem ter raízes no passado ou mesmo no presente atual. O auto-conhecimento se dá gradativamente, à medida em que vamos mergulhando na nossa intimidade, identificando os sentimentos que geram sofrimentos dentro de nós e analisando as nossas próprias atitudes. Os sentimentos nos revelam quem somos nós mesmos! Bastaria um olhar mais atento para fazer a leitura desses sentimentos.
À medida que investimos na nossa espiritualidade, desenvolvemos a força interior, nos permitimos vivenciar o amor em sua maior amplitude. Descobrimos um universo até então desconhecido: o prazer de conviver e aprender com as pessoas, aprendendo sempre com elas, desenvolvendo sentimentos profundos de amizade, respeito e genuíno amor. É um processo que requer perseverança, porque teremos que enfrentar o "desapego" e a tendência de cobrar na mesma reciprocidade com que amamos. O amor incondicional não cobra, não julga, não condena, ao contrário, compreende, ampara, soergue, auxilia, orienta quando necessário. Quanto mais amamos descobrimos o poder transformador da "ternura", da "delicadeza", da "doação" e sentimos uma enorme alegria em "cuidar" dos seres amados. Quem ama "cuida"!Quem não cuida é porque não descobriu dentro de si mesmo o poder do amor que liberta-nos do "egoísmo". Pela força do amor, nossas vidas se modificam gradativamente, então aprenderemos a ampliar esse amor com aqueles que convivemos. Resgataremos a capacidade de sorrir, de abraçar, de brincar, de compartilhar, de vivenciar momentos de alegria que se eternizarão em nossas lembranças. Não mais distinguiremos as pessoas pela cor, nível intelectual, aparência, bens materiais. Cada ser será único e merecedor de nossa atenção. Vivenciaremos finalmente as palavras do Cristo: "Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem".

"A sabedoria é uma qualidade. É a qualidade de quem sempre pratica o que prega e prega apenas o que pratica. Para se tornar um sábio não há segredos ocultos e mistérios incompreensíveis. Basta viver com seu olho interior aberto, agindo de acordo com seus valores e sentimentos mais puros, e apreciar o silêncio."
Brahma Kumaris
A inteligência aliada à sensibilidade é capaz de tocar os corações, na magistral arte da expressão dos pensamentos e sentimentos! Eis um desafio a ser conquistado por todos nós.